Integrantes do governo avaliam que fala de Bolsonaro gera atrito com ONU
Integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PSL) avaliam que os ataques feitos pelo presidente contra a alta comissária da ONU para direitos humanos, Michelle Bachelet, podem azedar a relação do Brasil com o órgão. Eles também temem que a atitude atrapalhe a reeleição do país para o Conselho de Direitos Humanos da ONU no triênio de 2020 a 2022.
Envolvidos com a candidatura disseram à reportagem que a fala do presidente de que Bachelet "defende direitos humanos de vagabundos" é capaz de interromper o bom diálogo do país com a comissária.
Eles sustentam que a ex-presidente chilena e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, têm uma "excelente relação" e que avanços na relação do país com a ONU foram alcançados durante o governo Bolsonaro.
"A ministra é boa no corpo a corpo, demonstrou ações concretas em defesa de direitos humanos e, na fala direta, ela conquistou a Bachelet", avaliou um funcionário.
Damares e a ex-presidente chilena se encontraram por duas vezes na ONU. Depois das reuniões, a brasileira disse em audiências públicas que tinha fechado parceria com Bachelet em ações contra a automutilação na adolescência no continente.
Nesta quarta, Bolsonaro também atacou o pai da comissária, Alberto Bachelet, torturado e morto pela ditadura de Augusto Pinochet. A crítica veio após Bachelet dizer ao jornalista Jamil Chade, no UOL, que o Brasil sofre uma "redução do espaço democrático".
A pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos ainda não se pronunciou sobre a fala de Bolsonaro, nem se o fato atrapalhará a candidatura do Brasil ao conselho. É considerado educado os ministros não se pronunciarem quando o presidente já falou sobre um assunto.
Apesar disso, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, endossou as críticas à Bachelet, em seu Twitter. Ele disse que a alta comissária da ONU "está muito mal informada". "Qualquer observador atento sabe que o Brasil vive uma democracia plena e que os brasileiros hoje se engajam na política como nunca antes", afirmou.
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